Nós
brasileiros, de um modo
geral, ainda não nos apercebemos do fato de que: “para melhorar
nosso país,
precisamos abrasileirar o Brasil” e que, para tanto, um pouco de
civismo e de
brasilidade serão ferramentas necessárias e fundamentais.
Lamentavelmente,
nossa postura moderna como povo, imita os americanos em quase
tudo,
infelizmente apenas no alto grau de patriotismo e de civismo que
os americanos
possuem é que nós não os imitamos. Quer dizer, deixamos de
copiar os americanos
naquilo que eles fazem de melhor, ou seja, na sua visão
nacionalista das
coisas, no seu patriotismo e na importância que eles reputam ao
seu país e,
curiosamente, copiamos aquilo que nos "americaniza".
No feriado
americano de 4 de
julho, Independência dos Estados Unidos, os americanos fazem
festas
fantásticas, pois eles sabem o verdadeiro valor da independência
de seu país.
Independência que lá foi conseguida com muita luta, ao contrário
daqui onde foi
decretada pelo próprio imperador. Entretanto, isso não a torna
menos
importante. Aqui, infelizmente, o dia 7 de setembro é apenas
mais um feriado e,
pior ainda, quando cai numa segunda ou sexta-feira, a grande
maioria das
pessoas aproveita o “feriadão”, mas ninguém se lembra e nem
discute a
importância da data que concede direito ao feriado.
No passado
recente, principalmente,
mas não exclusivamente na época dos governos militares, as
coisas não eram bem
assim. Pois as comemorações cívicas aconteciam de maneira mais
efetiva e
efusiva. Parece que, apesar das dificuldades políticas, as
pessoas demonstravam
mais orgulho em ser brasileiro.
Alguns dirão,
mas no governo
militar, na época da ditadura, as coisas eram impostas e os
militares tinham
por obrigação que marcar as datas cívicas e quem não cumprisse
as regras seria
considerado “comunista” e sabe-se lá o que poderia acontecer.
Cabe lembrar,
mais uma vez, considerando a analogia com os americanos, que nos
Estados Unidos
não há e nem houve governo militar e muito menos os “terríveis
comunistas”.
Ainda assim, há ao contrário daqui, muito senso de nacionalismo
e muito prazer
em comemorar as datas cívicas, em falar das coisas e dos feitos
do país e
destacar os seus grandes personagens históricos.
Lembro-me que
quando eu era
menino, cantar o Hino Nacional nas escolas e hastear a Bandeira
Nacional não
eram atividades exclusivas do dia 7 de setembro, pois isso
ocorria todos os
dias, antes das entradas dos alunos às salas de aulas. Cabe
ressaltar, que
todos os alunos cantavam o hino e havia até uma competição, para
ver quem iria
hastear a bandeira. Só os melhores alunos conseguiam atingir tal
façanha. Hoje, no
entanto, é possível e até bem
provável que muitos alunos saiam da escola sem saber a letra do
Hino Nacional
Brasileiro e, o que é pior, sem nunca terem visto e muito menos
participado do
hasteamento da Bandeira Nacional.
Outros hinos e
canções
cívicas, que guardam e que identificam determinadas datas ou
símbolos
nacionais,estaduais ou municipais se quer, são ouvidos nos dias
de hoje. Isto
é, a maioria das pessoas, principalmente os jovens, nem sabe que
eles existem.
Aliás, tenho um misto de dúvida e de medo da resposta que um
aluno de hoje
daria se lhe fosse perguntado, por exemplo, o que é um símbolo
nacional.
O desfile
cívico do dia 7 de
setembro, que antigamente era obrigatório às escolas, hoje,
infelizmente, não
existe ou quando muito, é facultativo. Em consequência disso,
pouca gente vê ou
participa do mesmo. Não há mais aquela efusão das pessoas.
A
Independência do Brasil
é o marco maior da História Brasileira, ela foi o sonho dos
inconfidentes, foi
o desafio pátrio de Dom Pedro, que, mesmo sendo português, fez
por bem tirar o
Brasil do domínio de Portugal. Que acontecimentos o teriam
levado a proclamar a
Independência? Os motivos que culminaram com a Independência,
hoje são meros
relatos nos livros de História, que os alunos ouvem e esquecem
logo depois.
Parece até que esses motivos não têm nenhuma relação efetiva com
a vivência dos
dias atuais, o que é um erro lamentável, pois a História é um
eterno continuar.
E é somente conhecendo o passado que se pode fazer o presente e
projetar o
futuro.
Um país que
quer ser grande
tem que comemorar suas datas cívicas. Talvez a situação
problemática do país
esteja relacionada, de alguma forma com a falta de civismo. Se
fôssemos,
efetivamente, levados a conhecer e a amar os símbolos nacionais,
provavelmente
certos problemas não fossem tão sérios, ou melhor, talvez até
nem existissem.
Por outro lado, até a escolha dos políticos seria feita dentro
de padrões mais
coerentes, se também fosse considerado o grau de civilidade do
candidato. Com
certeza, agindo assim, possivelmente não teríamos elegido muitos
candidatos de
má índole, como infelizmente temos feito.
Enquanto
continuarmos a achar
que o dia 7 de setembro é só mais um feriado, estaremos adiando
a nossa
verdadeira independência, que está acima das questões
econômicas, políticas e
sociais. Refiro-me à independência moral, aquela que nos coloca
à frente das
questões que nos afligem, de uma forma explícita e que só
conseguiremos
alcançar se tivermos uma postura ética e determinada em relação
aos problemas
brasileiros. Abraham Lincoln disse: “não pergunte o que o seu
país pode fazer
por você, mas sim o que você pode fazer pelo seu país” Pois é,
essa é a idéia
de um americano que deveríamos copiar. Sugiro que comecemos
valorizando e
festejando, de fato, a nossa principal data cívica, o dia 7 de
setembro. Porque
assim já estaremos pelo menos propensos a fazer algo pelo
Brasil.
Não quero com
isso, sugerir o
impedimento das pessoas de realizarem suas atividades e
aproveitarem o feriado
de 7 de setembro. Quero sim, que elas parem e pensem no
significado desta data
e no porquê da data ser Feriado Nacional. Os americanos fazem
festas no dia 4
de julho, pelo simples fato que significa o 4 de julho e nós,
quantas festas
realizamos pelo fato de ser dia 7 de setembro? Se quisermos
chegar lá, no nível
em que eles estão, é preciso começar por aqui, pela demonstração
de nosso
patriotismo. O primeiro passo é sempre o mais importante e o
mais difícil.
Um país que
não comemora suas
datas cívicas possui uma nação que não tem sentido e que não se
identifica com
a terra onde nasceu. Somos brasileiros, nascemos no Brasil.
Então, vivamos toda
a brasilidade possível, pois só assim seremos um país forte,
independente de
quem esteja no governo. Só assim poderemos abrasileirar o Brasil
e atingir
finalmente a nossa Independência.
Meus amigos, o sonho brasileiro de felicidade passa por viver
necessária e
efetivamente suas datas cívicas.
FICA A DICA
Na cidade de Caçapava um vereador, tentando minimizar um pouco essa falha que vivemos, propôs um Projeto de Lei que passou a obrigar a execução do Hino da cidade de Caçapava, após o Hino Nacional Brasileiro, em toda Solenidade Oficial do Município (Lei Municipal 3973/2002). Ao meu ver, uma atitude nobre e que trará grandes frutos em um futuro próximo.
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A TRISTE SITUAÇÃO DO PATRIOTISMO BRASILEIRO,
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